Discretamente, quase às escondidas, a agência espacial japonesa (JAXA) acaba de conquistar outro avanço. No fim de semana passado, sua sonda Hayabusa 2 depositou dois pequenos veículos móveis na superfície de um asteroide. É a primeira vez que algo assim é feito.
A Hayabusa 2 está há vários meses estacionada na órbita ao redor de seu objetivo, um pedregulho de aproximadamente um quilômetro de diâmetro chamado Ryugu. Para os japoneses, esse nome tem significados mitológicos: é o nome do mítico palácio submarino do deus do mar, cujas paredes são feitas de coral. Atentos ao mínimo detalhe, os técnicos mudaram a cor de fundo do escudo da missão: do azul original ao vermelho coral.A sonda orbita a 20 quilômetros do asteroide, uma distância perfeita para oferecer vistas detalhadas. Na sexta-feira, 21, os técnicos fizeram com que a sonda descesse a somente cinquenta metros do solo, soltasse seus dois rovers em queda livre e voltasse a subir.
Os dois artefatos, gêmeos, são chamados de Minerva 2. O primeiro a levar esse nome estava a bordo da sonda anterior e deveria aterrissar no asteroide Itokawa, há 13 anos. Infelizmente, a pontaria falhou e a pequena máquina errou o alvo e se perdeu no espaço.Ao chegar ao solo, os dois artefatos ricochetearam e terminaram descansando a poucos metros de distância um do outro. Não tem rodas e pernas, mas podem se movimentar; por isso são chamados de rovers. Em seu interior levam um contrapeso acionado por um motor elétrico. Quando esse gira, se desequilibram e dão uma pequena volta. Dessa forma, golpe a golpe, podem ir de um lugar a outro. Mas sem pressa.
Por último, a sonda descerá mais uma vez até tocar o solo com um de seus sensores. Outro projétil - dessa vez muito menor - fará saltar fragmentos que serão recolhidos pelo próprio dispositivo e introduzidos em uma pequena cápsula. Depois, a Hayabusa 2 voltará à Terra onde, se tudo der certo, deverá chegar em 2020. A cápsula cairá de paraquedas nos desertos da Austrália, onde os técnicos japoneses estarão esperando sua chegada.
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