Uma equipe internacional de astrobiólogos que estuda a região estava "esperando por floresções e desertos majestosos", disse Alberto Fairén, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. "Mas foi o contrário, pois descobrimos que a chuva no núcleo hiperárido do Atacama causou extinção em massa da maioria das espécies microbianas indígenas."
Esta área do deserto abrigava 16 espécies diferentes de micróbios antigos. Mas depois da chuva, somente duas a quatro espécies ainda sobreviviam nas lagoas restantes.
A causa da extinção de cerca de 85% da vida no solo foi o "estresse osmótico" causado pela chegada da água. Os micróbios se adaptaram para sobreviver em condições extremas de secura, e não conseguiram lidar com rapidez ao súbito fluxo de água.
Trata-se de uma má notícia para o Atacama, mas o estudo também pode representar algo negativo para a vida em Marte. Cientistas acreditam que o planeta vermelho teve muita água em sua superfície entre 4,5 bilhões e 3,5 bilhões de anos atrás. Mas depois de perder sua atmosfera e ficar seco, provavelmente passou por períodos úmidos há 3,5 a 3 bilhões de anos.
“Se ainda houvesse comunidades microbianas resistentes ao processo de secagem extrema em Marte, elas teriam sido submetidas a processos de estresse osmótico semelhantes aos que estudamos no Atacama”, explicou Fairén.
Ou seja, o reaparecimento da água poderia ter destruído a vida em Marte, se alguma vez realmente esteve lá. E isso pode representar um quadro totalmente diferente do que especialistas sabem sobre a vida no Sistema Solar.
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